A Confissão de Fé de Westminster de 1647
Deus, o grande Criador de todas as coisas, sustenta, [a] dirige, dispõe e governa todas as criaturas, ações e coisas, [b] desde as maiores até as menores, [c] por Sua sapientíssima e santíssima providência, [d] segundo Sua infalível presciência [e] e o livre e imutável conselho de Sua própria vontade, [f] para o louvor da glória de Sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia. [g]
[a] Hebreus 1:3. [b] Salmo 135:6; Daniel 4:34-35; Atos 17:25-26, 28; Jó 38-41 em todo. [c] Mateus 10:29-31. [d] Salmo 104:24; 145:17; Provérbios 15:3. [e] Salmo 94:8-11; Atos 15:18. [f] Salmo 33:10-11; Efésios 1:11. [g] Gênesis 45:7; Salmo 145:7; Isaías 63:14; Romanos 9:17; Efésios 3:10.
Embora, em relação à presciência e ao decreto de Deus, a primeira causa, todas as coisas aconteçam imutável e infalivelmente, [a] contudo, pela mesma providência, Ele ordena que ocorram segundo a natureza das causas secundárias, seja necessariamente, livremente ou contingentemente. [b]
[a] Atos 2:23. [b] Gênesis 8:22; Êxodo 21:13 com Deuteronômio 19:5; 1 Reis 22:28, 34; Isaías 10:6-7; Jeremias 31:35.
Deus, em Sua providência ordinária, faz uso de meios, [a] contudo, é livre para operar sem eles,[b] acima deles [c] e contra eles, [d] conforme Lhe apraz.
[a] Isaías 55:10-11; Oséias 2:21-22; Atos 27:31, 44. [b] Jó 34:10; Oséias 1:7; Mateus 4:4. [c] Romanos 4:19-21. [d] 2 Reis 6:6; Daniel 3:27.
O poder onipotente, a sabedoria insondável e a infinita bondade de Deus se manifestam de tal maneira em Sua providência que se estendem até a queda inicial e todos os outros pecados dos anjos e dos homens, [a] e não de uma simples permissão, [b] mas de tal forma que juntamente com ela há uma limitação muito sábia e poderosa, [c] e uma ordenação e governo deles de maneira variada, para Seus próprios fins santos; [d] ainda assim, a pecaminosidade deles provém apenas da criatura, e não de Deus, que, sendo o mais santo e justo, nem é nem pode ser o autor ou aprovador do pecado. [e]
[a] 2 Samuel 16:10; 24:1 com 1 Crônicas 21:1; 1 Reis 22:22-23; 1 Crônicas 10:4, 13-14; Atos 2:23; 4:27-28; Romanos 11:32-34. [b] Atos 14:16. [c] 2 Reis 19:28; Salmo 76:10. [d] Gênesis 50:20; Isaías 10:6-7, 12. [e] Salmo 50:21; Tiago 1:13-14, 17; 1 João 2:16.
O Deus sapientíssimo, justíssimo e gracioso, muitas vezes deixa, por um tempo, seus próprios filhos entregues a múltiplas tentações e à corrupção de seus próprios corações, para castigá-los por seus pecados anteriores, ou para revelar-lhes a força oculta da corrupção e a enganosidade de seus corações, a fim de que sejam humilhados; [a] e para levá-los a uma dependência mais íntima e constante dele para seu sustento, tornando-os mais vigilantes contra todas as futuras ocasiões de pecado, e para vários outros fins justos e santos. [b]
[a] 2 Samuel 24:1; 2 Crônicas 32:25-26, 31. [b] Salmo 73 inteiro; Salmo 77:1-10, 12; Marcos 14:66-72 com João 21:15-17; 2 Coríntios 12:7-9.
Quanto aos homens ímpios e perversos, a quem Deus, como juiz justo, por causa de pecados anteriores, cega e endurece, [a] ele não apenas lhes retém sua graça, pela qual poderiam ter sido iluminados em seu entendimento e trabalhados em seus corações, [b] mas às vezes também lhes retira os dons que possuíam, [c] e os expõe a objetos que sua corrupção transforma em ocasiões de pecado; [d] e, além disso, os entrega às suas próprias concupiscências, às tentações do mundo e ao poder de Satanás; [e] pelo que acontece que eles mesmos se endurecem, até mesmo sob aqueles meios que Deus usa para amolecer outros. [f]
[a] Romanos 1:24, 26, 28; 11:7-8. [b] Deuteronômio 29:4. [c] Mateus 13:12; 25:29. [d] Deuteronômio 2:30; 2 Reis 8:12-13. [e] Salmo 81:11-12; 2 Tessalonicenses 2:10-12. [f] Êxodo 7:3 com 8:15; 8:32; Isaías 6:9-10 com Atos 28:26-27; Isaías 8:14; 2 Coríntios 2:15-16; 1 Pedro 2:7-8.
Assim como a providência de Deus se estende, de modo geral, a todas as criaturas, também, de maneira especial, cuida de sua Igreja e dispõe todas as coisas para o bem dela. [a]
[a] Isaías 43:3-5, 14; Amós 9:8-9; Romanos 8:28; 1 Timóteo 4:10.